Thursday, December 30
Tuesday, December 28
Laços de Sangue
Monday, December 27
Eterno cliché
Sunday, October 24
Requiem in sol(idão)
Thursday, September 16
Memoriam
Num grito de alma
voo
ao fundo do mar
onde dormem
eternamente
pedaços de memórias
cantando,
ao som do vento,
a brisa do vivo sal
que brilha nas flores da Primavera.
Wednesday, September 15
Saturday, September 4
Mar do infinito
Ao meu querido amigo A.
Corres no rio selvagem
Com firmeza de domador.
Às margens confias
memórias
e o sabor
do mar sem sal.
O tempo transborda depressa,
de pressa transbordante,
com pressa dos segundos
que não sentiram o vento falar.
Mas este rio impiedoso,
embala o segredo do mundo
pois tem gravado o destino
de entregar,
com ternura,
esta amizade profunda,
ao Mar do infinito.
Friday, July 9
Tuesday, June 15
Wednesday, March 31
Cassiopeia numa noite de luar
Monday, March 15
Quantas histórias ficaram por contar
ao meu querido avô
Quantas histórias ficaram por contar
e telas em branco,
à espera,
que lhes gravasses memórias.
Seguiste sem despedida
procurando a Eternidade.
A dor preenche o vazio
e o mar embala
lembranças
perdidas no areal.
Sussurra sábias palavras,
que encantam o triste viver.
Todos os dias esperei
ouvindo,
ao longe,
os passos do amanhã.
Mas hoje percebi
que não voltas,
a casa,
para me abraçar.
Agradeço-Lhe
o privilégio
de ter contigo aprendido
que a vida não acaba aqui.
Ficam lágrimas de saudade
gravadas no coração
que jamais esquecerei.
Thursday, March 11
Amor caecus est
Só o silêncio perdura
A tua presença consumiu-me a alma.
Os teus gestos conduziram-me ao abismo.
A luz dos teus olhos cegou-me.
A tua voz ensurdeceu o meu coração e os teus gestos lançaram sobre mim um véu de profunda tristeza.
A dureza das minhas palavras desvaneceu perante o silêncio mudo.
Que dizer? O silêncio tornava-se ensurdecedor lutando por um lugar inexistente.
Aos poucos lançaste-me num canto escuro e frio donde parecia irracional sair.
As setas da tua frieza (que outrora me magoaram) passaram a resvalar na minha carapaça de seda.
Sonhei demasiado tempo; calei-me demasiadas horas e não vive um único segundo.
A peça continua. Mas a história não guarda lugar para ti. Tornaste-te indiferente.
Thursday, February 25
Espia de Deus
Guardo-te no coração. As lágrimas que não choro apoderam-se de mim. Sorrio. São lágrimas nos lábios que só tu consegues ver. Restam pedaços da alma que enchem o vazio. Só tu reconheces as lágrimas que nunca chorarei. Choras comigo em silêncio deixando um lenço bordado por ti. Agarro-o, com força, mas finjo não o ter.Tenho saudades... do tempo em que fazia os teus olhos meus. Sorrias com as vitórias e amparavas-me na tristeza. Protegias-me de longe pois conheces o meu mau feitio. Sei que sofres por mim; prefiro não ver. Lutei por tudo o que sou. Perdi. Vou deixando, aos pouco, pedaços de felicidade. O muro impenetrável começou a ruir. Perdi a máscara que me permitia continuar. Lembro-me de ficar enfeitiçada com a tua voz. Quero ser pequenina e voltar a perder-me no teu colo! Não deixas. Obrigas-me a crescer. Ando ao sabor do vento, sem saber onde ficar. Perdi-me no meu mundo que já não consigo reconhecer. Estendeste-me a mão. Orgulhosa, não suportei agarrar. Deixaste-me partir pois sabes que não conseguia ficar. Sofro para mim.
Soprou o vento. Espalhou os últimos pedaços. Fica o vazio. Resta-me o silêncio. Sei que estás aí. Só podes ser uma Espia de Deus.