Monday, December 28

(Des)Ilusão

Disseste que ias partir

habitar a melancólica Lua.

Ai! A escuridão já se faz sentir

nesta alma, outrora tua!


As estrelas chamam a solidão

Ergue-te! Ó mundo imperfeito!

Ao longe…és pura ilusão

com a qual eu me deleito.


Cedros! Alimentai-vos da desilusão

Ventos! Apagai a minha recordação

Que docemente me faz sofrer.


Gabriel…leva-me num sono profundo!

Faz-me assim crescer,

Torna-me “pó” navegante deste mundo!

Boneca de Trapos

Sentes a noite cair a teus pés

Negro céu te envolve

esfriando teu coração.

Abandonaste a seiva da vida

Para ti, o tempo parou.

Boneca de trapos caída no chão

envolvem-te lágrimas de dor

que jamais cessarão!

A batalha da tua vida

insistes em abandonar…

“Viver? já não faz sentido…

Anjos! chorai comigo!”

Olhas o céu a amanhecer

Não tens coragem para recomeçar

Traída pelo teu coração,

Sentes o medo, fugitiva da tua paixão.

Vénus, teu coração domou

cantando, Apolo modulará

tua nostálgica melodia

que sempre permanecerá!

Cabelos queimados pelo Sol

Brilhante e fraca vais rever

os doces sonhos que te enganaram…

Olha para o Sol !Sente o seu calor!

“Há sempre uma razão para viver!”

Noite fria

Em gélida noite,

deambulando pela rua,

um pobre…

No olhar,

pérolas geladas

das lágrimas que já não caem;

Nas mãos,

luvas que não aquecem

o coração destroçado.

Na noite negra

uma só estrela brilha…

e o pobre,

cansado da sua solidão,

perde-se nas ruas

procurando o seu Natal!