Thursday, March 11

Só o silêncio perdura

A tua presença consumiu-me a alma.

Os teus gestos conduziram-me ao abismo.

A luz dos teus olhos cegou-me.

A tua voz ensurdeceu o meu coração e os teus gestos lançaram sobre mim um véu de profunda tristeza.

A dureza das minhas palavras desvaneceu perante o silêncio mudo.

Que dizer? O silêncio tornava-se ensurdecedor lutando por um lugar inexistente.

Aos poucos lançaste-me num canto escuro e frio donde parecia irracional sair.

As setas da tua frieza (que outrora me magoaram) passaram a resvalar na minha carapaça de seda.

Sonhei demasiado tempo; calei-me demasiadas horas e não vive um único segundo.

A peça continua. Mas a história não guarda lugar para ti. Tornaste-te indiferente.

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